sábado, 30 de agosto de 2008

A Tradição

Pois é, a tradição já não é o que era!
Na minha mocidade tudo era mais calmo e mais simples. Andava de motorizada até aos vinte e tal anos, trabalhava desde os catorze ou quinze e tentava poupar uns “trocos“ para quando fosse preciso. Nas férias da escola andava a apanhar caracóis para vender, ou então ia para a apanha da fruta.
Agora, passados alguns anos, tudo mudou. Quando se tem 16 anos, compra-se uma mota, para ir fazer barulho para a frente de um café qualquer, porque se não se fizer barulho não dá para mostrar que se tem uma mota. De casa para o café de mota, fazem-se uns peões, e tal, uns cavalinhos e somos os maiores, até parece que o combustível está barato, pudera, são os pais a pagar. Depois vai-se para um baile qualquer à boleia do “gajo” que tem carta, mais conhecido por “táxi”. Apanha-se uma bebedeira maior que o corpo, e pronto, já somos de novo os maiores, só porque ficamos em coma alcoólico.
Aqui nas Alcobertas há uma coisa muito engraçada que é o “ele tem, eu também quero”, mas não é só nos mais novos, isto vem tudo dos pais. Então há um “rapazito” que fuma, claro que, todos os outros também tem que fumar. Ainda estou para ver se agora começam todos a esvaziar as caixas dos cafés só por causa do exemplo de dois!
Dois?
Não era só um?
Como dizia o meu pai “meus amigos, cagalhões não são figos”, por isso, há por ai certas e determinadas figuras quem pensam que são muito boas e sabem tudo, mas que a mim e a mais umas quatro ou cinco pessoas, eles não enganam. Tira-se pela pinta, e também pelo que os colegas dizem.
Só espero que a “coisa” não se complique mais, porque “gandins” já chegam os que são, não são precisos, os que o querem ser para aparecerem. Façam antes o seguinte – Cresçam e apareçam – já agora, um pouco de trabalho também não faz mal a ninguém!
Alcobertas, Alcobertas, não ganhe juízo que não é preciso!

Saudações

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu nunca esvaziei ninhuma caixa nos cafes!!!

Sr. Observador disse...

lol

Anónimo disse...

A palavra “gandins”- na verdade significa gente que pensa.
O principal objectivo dos “gandins” -era unir o material e o espiritual ; uma vez que para um ser integral essa distinção não existe.
Este foi o mote que levou a criação dos “gandins” pelos anciões e sábios dessa altura - ainda nos tempos em que o vento passeava livremente pela aldeia.